Fachin decide manter espião russo preso; somente Lula pode permitir sua transferência para Moscou

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, indeferiu um pedido de liberdade do espião russo Serguei Vladimirovich Cherkasov, preso desde abril de 2022 na penitenciária de segurança máxima de Brasília. Cherkasov foi condenado por uso de documento falso no Brasil e é alvo de investigações da Polícia Federal por suspeita de espionagem, lavagem […]

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, indeferiu um pedido de liberdade do espião russo Serguei Vladimirovich Cherkasov, preso desde abril de 2022 na penitenciária de segurança máxima de Brasília. Cherkasov foi condenado por uso de documento falso no Brasil e é alvo de investigações da Polícia Federal por suspeita de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

A Defensoria Pública da União (DPU) argumentou que Cherkasov já havia cumprido o tempo necessário para progredir para o regime aberto e que ele havia aceitado ser entregue voluntariamente à Rússia, que solicitou sua extradição ao Brasil por supostos crimes de tráfico de drogas. No entanto, Fachin negou o pedido de liberdade, afirmando que a prisão era necessária para aguardar o desfecho das investigações no país.

O ministro ressaltou que apenas o Presidente da República teria a competência para determinar a liberação antecipada do extraditando, de acordo com a Lei de Migração e a Portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Apesar de entender que Cherkasov deve continuar preso até o término de suas penas ou processos no Brasil, Fachin destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia antecipar sua entrega à Rússia.

Cherkasov foi deportado da Holanda para o Brasil após ser descoberto tentando trabalhar como estagiário no Tribunal Penal Internacional com um passaporte brasileiro falso. Segundo as autoridades holandesas, ele buscava obter informações de interesse para Moscou. A PF revelou que Cherkasov chegou ao Brasil em 2010 e conseguiu um passaporte falso, se apresentando como Victor Muller Ferreira. Ele é ligado à GRU, unidade de inteligência militar da Rússia.

Fachin destacou que Cherkasov foi condenado por crimes graves na Rússia e que fugiu do país para evitar responsabilidades penais, continuando a praticar atos ilegais no Brasil. Além disso, ele está envolvido em investigações de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Desde o início de seu terceiro mandato, Lula tem demonstrado aproximação com o presidente russo, Vladimir Putin. Em dezembro, sugeriu que Putin poderia ser convidado para a reunião do G20 no Brasil, mesmo sendo alvo de um mandado internacional de prisão por crimes de guerra na Ucrânia. Recentemente, Lula evitou criticar o regime de Putin após a morte do ativista e opositor Alexei Navalny na prisão.

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Carlos Santana

Carlos Santana

Jornalista chefe

Jornalista e redator chefe do Jornal da Net.

São Paulo, SP.

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