Diversas prefeituras das maiores cidades brasileiras com eleitorado feminino são lideradas por homens, evidenciando a sub-representação das mulheres na política. De acordo com dados do TSE, o eleitorado feminino tem crescido constantemente no país desde 1996 e representa a maioria em dois terços dos municípios. Em média, as mulheres compõem 52,6% do eleitorado apto a votar.
Entre as cidades com a maior proporção de eleitoras estão Maceió, Niterói, Aracaju, João Pessoa, Recife, Caruaru, Olinda, Santos, Arapiraca e Salvador. Todas essas cidades têm homens como prefeitos, com exceção de Caruaru que teve uma prefeita, Raquel Lyra, eleita em 2020, mas que deixou o cargo para concorrer ao governo do estado.
A representatividade feminina também é baixa nas Câmaras Municipais dessas cidades, com uma média de 13% de vereadoras. A variação vai de 3,7% em João Pessoa a 18% em Recife. A concentração masculina nessas posições não é uma coincidência e reflete fatores estruturais, como a menor quantidade de candidaturas de mulheres e a falta de apoio e verbas nos partidos.
Especialistas destacam que a maior presença de mulheres na política pode trazer benefícios, como melhoria na oferta de serviços públicos, redução da corrupção e implementação de políticas específicas. No entanto, a sub-representação feminina persiste devido a diversos fatores, como a menor disposição das mulheres para competir, preconceitos do eleitorado e viés partidário contrário a elas.
É fundamental que os partidos invistam na formação e incentivo de mulheres na política para promover maior equidade de gênero. Nas cidades com maior eleitorado feminino, a presença de vereadoras de diferentes ideologias políticas destaca a diversidade nessas instâncias de poder. A representatividade feminina é essencial para fortalecer a democracia e trazer experiências e perspectivas únicas para os debates políticos.