Na sexta-feira (8), o conselho de administração da Vale tomou uma decisão importante em uma reunião extraordinária: o atual presidente, Eduardo Bartolomeo, não será reconduzido ao cargo. No entanto, seu mandato, que acabaria em maio, foi estendido até 31 de dezembro deste ano.
A escolha do novo presidente, que assumirá o cargo a partir de 2025, será feita levando em consideração os requisitos e perfil necessários para lidar com os desafios futuros da empresa. O conselho de administração terá o apoio de uma empresa de recursos humanos de renome internacional.
A sucessão de Bartolomeo, que é considerado um profissional técnico da empresa, virou uma espécie de novela desde que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva iniciou uma pressão para colocar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no cargo no ano passado. No entanto, Mantega desistiu da ideia no final de janeiro devido à repercussão negativa no mercado.
A Vale, uma empresa de capital aberto na bolsa de valores brasileira B3, foi privatizada quase três décadas atrás, e o governo possui participação indireta por meio da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
Em uma entrevista à RedeTV na semana passada, Lula afirmou que a Vale não é a dona do Brasil e deve estar alinhada com o pensamento do governo brasileiro em relação ao desenvolvimento do país. Essa tentativa de interferência do governo provocou divisões no conselho de administração da empresa.
No entanto, na reunião mais recente do conselho, apenas dois conselheiros, Paulo Hartung e José Luciano Penido, que são independentes e não estão sujeitos à influência de Brasília, votaram contra a saída de Bartolomeo do cargo. Agora, a empresa terá que escolher um novo presidente para liderar a Vale a partir de 2025.
